A Associação de Moradores de Coqueiros inaugurou na quarta-feira, dia 27, o espaço superior do Centro Cultural do Continente. No local, foi realizada a primeira reunião presencial da atual gestão da entidade e também a primeira promovida no lugar, desde que o estado transferiu a edificação para o município, em 2007.
O fato foi amplamente comemorado pelos presentes ao encontro, já que a ocupação do prédio pela comunidade levou 10 anos para se concretizar (veja o histórico abaixo). E assim, com a casa cheia de pessoas comprometidas com a qualidade de vida de Coqueiros, foram debatidas várias demandas comuns da região. Mais de 30 pessoas foram prestigiar o encontro.
De acordo com a pauta, os temas discutidos foram ocupação de espaços públicos de lazer e circulação nos diversos modais do bairro, mas outros assuntos também ganharam espaço, como a segurança e o saneamento básico.
Além disso, foi consenso entre os moradores o descontentamento com a descaracterização do Parque de Coqueiros que está recebendo muito cimento e madeira em detrimento dos espaços verdes.
“Estamos muito tristes por conta das obras que, além de atrasadas, estão mudando o visual e a característica inicial do Parque de Coqueiros. Um bom exemplo é a área verde, próxima à saída de veículos, que está ganhando deques em volta das árvores e em cima da grama. É uma lástima os usuários perderem aquele espaço que, no verão, servia para se refrescar do calor e para promover piqueniques. Nós, do Grupo de Idosos e de Caminhadas do Posto de Saúde de Coqueiros éramos assíduos frequentadores”, lamenta a aposentada Mariza Pecoits.
Também presente à reunião a coordenadora da Feira de Artesanato, Roberta Pinheiro, lamentou a demora da entrega das obras de revitalização do Parque de Coqueiros. “Muitos feirantes ficaram sem trabalho por conta da reforma. A feira já era tradicional e ocupava há mais de oito anos o conhecido Caminho dos Namorados”, diz Roberta que mantinha a Barraca do Pastel.
Também foi bastante discutida a necessidade da comunidade se organizar e cobrar mais segurança no trânsito, especialmente na Avenida Max de Souza, e mudanças no chamado “binário” criado pela Prefeitura de Florianópolis na entrada do bairro.
Além dos moradores de Coqueiros, também participaram da reunião a advogada Fernanda dos Santos, representante do gabinete da vereadora Pri Fernandes, e o jornalista Édio Jajá, editor do Jornal do Estreito.
OUTRAS DEMANDAS
- Aumento de delitos e falta de recolhimento de lixo na Rua Ivan Dentice Linhares;
- Problemas de estacionamento no final da Rua Júlio Dias depois da mudança do trânsito na Rua Euclides de Castro, o chamado Binário, feito pela Prefeitura de Florianópolis;
- Pista do Parque de Coqueiros está recebendo uma camada de asfalto por cima do concreto existente. Resultado será muito calor no verão e pouca durabilidade;
- Prestação de contas pelo Codecon (Conselho de Desenvolvimento do Continente) referente à verba destinada para as obras escolhidas para o Continente, conforme projeto que destina uma percentagem relativa ao recolhimento do ICMS;
- Ocupação por moradores em situação de rua no antigo Food Truck ao lado do Posto 4 Ilhas;
- Falta de regras para o uso de patinetes que são deixados em qualquer lugar e pilotados em alta velocidade;
- Área de estacionamento do Trintão está ameaçada a se tornar privada ao invés de pública. Moradores estão se mobilizando junto à SPU e outros órgãos;
- O espaço da antiga Salga, na Praia do Meio, também pode perder sua identidade história com a ocupação da iniciativa privada;
- Praça da Ponta da Ilhota, o chamado Parque dos Cachorros, está oferecendo risco aos frequentadores, pois cachorros de grande porte não estão usando focinheiras. A proposta é dividir o espaço para os cachorros e para os moradores também usarem a área de lazer. O local é uma conquista da comunidade que batalhou para ser uma praça destinada a todas pessoas;
- Deques da Praia da Saudade já estão com problemas. O guarda-corpo com estruturas enferrujadas. E calçadas em petit-pavê recém-montadas, com cimento e buracos feitos no local;
- Semáforo da esquina das Avenidas Almirante Tamandaré e Engenheiro Max de Souza continua com problemas. Trânsito intenso no local oferecendo risco aos alunos, principalmente, das escolas que ficam na Rua Bento Goiá. Na antiga gestão do ex-prefeito Gean Loureiro havia a garantia de troca do semáforo por um equipamento mais novo e moderno. Mas não foi feita.
SOBRE O PRÉDIO DO CENTRO CULTURAL
*Antes, ali funcionava o antigo almoxarifado da Casan, e a mudança para um centro de cultura e convivência foi uma luta dos moradores da região. Atualmente, o Centro Cultural é administrado pela Prefeitura de Florianópolis, através da Fundação Franklin Cascaes.
Para conhecer a história, é só acessar o link abaixo.
https://folhadecoqueiros.com.br/centro-cultural-do-continente-abre-as-portas-depois-de-uma-decada-de-luta-da-comunidade/