Quem foi ao Posto de Saúde de Coqueiros nesta quinta-feira, 29, se deparou com a falta de médicos na unidade. Os três profissionais das Equipes de Saúde da Família estavam doentes e, por conta disso, o atendimento estava reduzido. Além dos médicos, a sala de vacina só estava funcionando, há vários dias, no período da manhã, pois faltam técnicos de enfermagem.
Essas e outras denúncias como falta de remédios na farmácia, demora na marcação de exames, a exemplo dos exames de laboratório que estão levando cerca de cinco meses para serem agendados, foram apontadas em reunião nesta quinta-feira, dia 29, do Conselho Local de Saúde.
“Sabemos que não é culpa dos médicos de estarem doentes, especialmente com o aumento de casos de Covid. Mas deve ter uma política de substituição toda a vez que o profissional se afaste do trabalho por algum motivo alheio a sua vontade”, destaca a coordenadora do Conselho e usuária do Posto de Saúde, Fátima Santos.
A arquiteta Juliana Dreher comunga a mesma opinião. “Os médicos são mais suscetíveis às doenças, portanto a proposta de ter os chamados “médicos volantes”, é uma prática que deve ser exercida para não deixar os usuários sem atendimento”, completa.
Quanto à falta de medicação, o usuário Moacir Reis que também participou da reunião disse que nem mesmo remédio para pressão como Losartana não tinha na farmácia da unidade de Coqueiros. “Sem contar que um exame de ressonância que preciso fazer está na fila para ser marcado para 2037. Acredito, sinceramente, que deve ter sido erro de digitação”, argumenta.
A aposentada Lídia Maria Ramos Costa foi uma das moradoras de Coqueiros que sentiu na pele a falta de médicos. Ela e o marido, Luiz Otávio, que testou para Covid, fizeram uma verdadeira maratona para conseguir um remédio de alto custo que deveria ser encaminhado pela unidade à farmácia da Policlínica do Estreito. “Fomos mal atendidos pelos funcionários da recepção e mal orientados, já que nos mandaram para UPA”, lamenta.
Lídia ainda acrescentou que o marido está há 15 dias aguardando a vacina contra a pneumonia, que ainda não está disponível no posto.
CANSAÇO COM ACÚMULO DE SERVIÇO
Esgotados diante de tantos problemas, os servidores do Centro de Saúde de Coqueiros que conduzem a reunião do Conselho Local ao lado dos usuários, lembram que além do aumento da população do bairro, que não acompanha a defasagem de profissionais, também existe a questão de muitos usuários não pertencerem à região. Ou seja, alguns moradores emprestam comprovante de residência a familiares, aumentando cada vez mais a demanda por atendimento.
“Vejo um grande sofrimento no semblante desses profissionais que estão se desdobrando para comunicar aos usuários, diariamente, a falta de profissionais, e, por conta disso, ter um grande acúmulo de serviço”, lamenta a presidente do Conselho de Segurança de Coqueiros, Elaine Otto, ao afirmar: “Temos que convocar a comunidade para se unir e Salvar o nosso Posto de Saúde”
“O chefe do executivo municipal não está dando o valor que essa unidade merece”, acrescenta o morador Paulo Roberto de Souza.
Cabe lembrar, aqui, que o Centro de Saúde de Coqueiros completa 12 anos no próximo dia 23 de março, dia do aniversário de Florianópolis. Portanto, está na hora de a prefeitura olhar com mais atenção e carinho para a unidade.
Ficou acertado, ao final da reunião, de o Conselho Local de Saúde preparar um documento que será enviado à Secretária Municipal de Saúde, Cristina Pires Pauluci. Integrantes do Conselho, inclusive, já aguardam uma reunião com a secretária desde o ano passado para tratar de assuntos pertinentes à unidade.
