Mostra abriu dia 15 e segue até 14 de novembro, com entrada franca, das 13h30 às 18h30.

O Instituto Collaço Paulo inaugura mais uma exposição na Praia do Meio, em Coqueiros. A mostra “Sintomas do Agora” traz uma nova incursão na Coleção Collaço Paulo que promete surpreender o público. Com curadoria de Francine Goudel, os visitantes poderão apreciar um conjunto de artefatos indígenas, mapas e 48 obras artísticas de diferentes períodos, materialidades e artistas (veja abaixo).
Entre outros trabalhos, destacam-se os de Anna Bella Geiger, Guignard (1896-1962), Maria Martins (1894-1973), Miguel Afa, Renata Leoa, Tomie Ohtake (1913-2015) e Paulo Gaiad (1953-2016), cada um à sua maneira, capturam traços visíveis e invisíveis de um panorama global em veloz transformação.
A mostra, como diz a curadora Francine Goudel, “é um convite à escuta atenta do tempo atual e também à construção de imaginários possíveis para o que ainda está por vir”. E resume: “Possibilita uma ampla reflexão sobre a arte, a história e o tempo”.
ARTE PARA TODOS
Sexta exposição desde que o Instituto foi criado, em 2022, o momento é celebrado pelo casal de colecionadores, Jeanine Godin Paulo e Marcelo Collaço Paulo:
“O que fizemos e o que estar por vir. Próximos de completar três anos de existência, estamos felizes de poder oferecer arte para a população através de programas e exposições as mais diversas possíveis no âmbito da coleção. Nosso principal foco é a arte e educação, em que se inserem principalmente as crianças”, apontam, ao acrescentar:
“Desde a abertura da instituição, mais de 7 mil crianças viram as exposições e realizaram atividades com os professores. Vamos agora para a sexta mostra, “Sintomas do Agora”, com uma seleção de obras, com temas que falam da realidade atual. Aguardamos a todos e convidamos a vir, ela é gratuita, resguardando sempre o princípio do instituto, que é arte para todos”.
OBRAS
Entre as raridades, “Sintomas do Agora” possibilita o contato com obras, entre outras, de Debret (1768-1848), Abigail de Andrade (1864-1890) e João Baptista da Costa (1865-1926). “Árvores: Dia Sem Sol”, óleo sobre madeira, um estudo de João Baptista, reconhecido como exímio paisagista. Um dos grandes pintores brasileiros de paisagem do entre séculos 19 e 20, ele está representado na mostra com uma exuberante biodiversidade, de matas e verdes, de cenários bucólicos que não existem mais.
O óleo sobre madeira “Sem Título” de Abigail de Andrade merece atenção pelo fato de que a premiada artista manteve uma diminuta produção que só ganha visibilidade em 1989 com a publicação do livro “150 Anos de Pintura no Brasil” que reproduz três telas de sua autoria pertencentes à Coleção Fadel. Debret, um dos artistas viajantes que esteve no Brasil entre 1816 e 1831, é outra grandeza da mostra com a litografia aquarelada sobre papel.
Outra análise aproximativa pode recair na representatividade da produção feminina, expressiva nesta exposição. Veja: Anna Bella Geiger, Eli Heil, Renata Leoa, Maria Martins (1894-1973), Maria Leontina (1917-1984), Silvana Mendes, Yolanda Muhalyi (1909-1978), Abigail de Andrade, Tomie Ohtake (1913-2015) e Maria Lugossy (1950-2012) atestam, cada uma na sua linguagem e no seu tempo, as qualidades inquestionáveis de fatura e pensamento, a exemplo de Maria Martins, que está na história do modernismo brasileiro, conhecida sobretudo pela série “O Impossível”, criada nos anos 1950, em esculturas de bronze. A mostra inclui uma gravura identificada nesse período de criação. As emergentes Leoa e Silvana Mendes estão inseridas nas políticas de afirmação racial.
Os modernistas brasileiros também merecem atenção, entre eles Iberê Camargo (1914-1994), Portinari (1903-1962), Goeldi (1895-1961), Guignard (1896-1962). E, em outro recorte, as quatro esculturas, entre elas uma de Bruno Giorgio (1905-1993) e uma de Amilcar de Castro (1920-2002).
Incentivo cultural
Aberta, com entrada gratuita, até 14 de novembro, a exposição “Sintomas do Agora” e as iniciativas que asseguram acessibilidade contam com o apoio do Serviço Social da Indústria (Sesi), apoio cultural da Ibagy, Corporate Park e Paradigma Cine Arte e patrocínio da Prefeitura de Florianópolis por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Com esse engajamento empresarial, o Instituto Collaço Paulo garante o acesso de ações educativas e inclusivas.
Artistas participantes
Abigail de Andrade (1864-1890), Alexander Davis Cooper (1820-1895), Amilcar de Castro (1920-2002), Argemiro Cunha (1880-1940), Bertil Vallien, Bruno Giorgio (1905-1993), Cândido Portinari (1903-1962), Eli Heil (1929-2017), Erich Wessel (1906-1985), Eduardo Leon Garrido (1856-1949), Fahrion (1898-1970), Fernando Lindote, François Xavier Bricard (1879-1935), Fulvio Pennacchi (1905-1992), Gilvan Samico, Helios Seelinger (1878-1965), Iberê Camargo (1914-1994), Jean-Baptiste Debret (1768-1848), João Baptista da Costa (1865-1926), Marcelo Camara, Maria Martins (1894-1973), Maria Leontina (1917-1984), Maria Lugossy (1950-2012), Martinho de Haro (1907-1985), Miguel Afa, Miguel Penha, Maurício Barbato, Newton Rezende (1912-1994), Oswaldo Goeldi (1895-1961), Paulo Gaiad (1953-2016), Pedro Luiz Correa do Araújo (1874-1955), Renata Leoa, Rubens Oestroem, Sandro Chia, Schwanke (1951-1992), Silvana Mendes, Silvio Pléticos (1924-2020), Siron Franco, Tomie Ohtake (1913-2015), Yolanda Muhalyi (1909-1978), uma tela da escola de Praga (séc. 17), uma da escola da Antuérpia (séc. 17) e outra da escola flamenga (séc. 15).
Equipe Técnica
Acervo: Coleção Collaço Paulo
Curadoria, expografia, produção executiva e textos: Francine Goudel
Assessoria de imprensa, revisão e edição de textos: Néri Pedroso
Material e proposições educativas: Joana Amarante e Marcello Carpes
Coordenação de acervo e montagem: Cristina Maria Dalla Nora
Conservação e restauração do acervo: Sára Fermiano
Montagem: Flávio Xanxa Brunetto
Apoio de montagem: Adriano Lessa, Joana Amarante e Marcello Carpes
Material gráfico e identidade visual: Lorena Galeri
Gestão de mídias sociais: Natália Régis
Fotografia da coleção: Eduardo Marques
Captação de recurso e produção administrativa: Harmônica Arte e Entretenimento
Serviço
O quê: exposição “Sintomas do Agora”, curadoria de Francine Goudel
Quando: 15.5 a 14.11.2025; seg. a sáb., 13h30 às 18h30
Onde: Instituto Collaço Paulo – Centro de Arte e Educação, rua Des. Pedro Silva, 2.568, Coqueiros
Telefone: (48) 3025-4058
Quanto: gratuito
www.institutocollacopaulo.com.br
@institutocollacopaulo
educativo@institutocollacopaulo.com.br


1- Marcelo Penha Obra Samauma, 2016. – Copia– 2- Gravura de Maria Martins


1– Santo, Miguel Afa – 2- Sintomas do Agora Helios Seelinger


1- Sintomas do Agora Paulo Gaiad 2- Sintomas do Agora Silvana Mendes


1- Obra Árvore da Vida Eli Heil – 2- Schwanke


