Problema é antigo e precisa de avaliação de técnicos da Floram. Há cinco anos engenheira agrônoma da Fundação sugeriu a poda equilibrada e constante nos galhos e na raiz para evitar o corte.
Foto Paulo Capocci: arquivo Folha de Coqueiros/fevereiro de 2018.
Não é de hoje que a falta de conservação de árvores da região de Coqueiros gera polêmica. Por conta disso, muitas acabaram abatidas como as últimas figueiras: uma na Rua José do Valle Pereira, ao lado do Chamonix, e outra na Avenida Max de Souza, em frente ao Clube Doze de Agosto. E poucas acabaram resistindo ou devido ao aumento da construção civil ou por estarem em passeios públicos como foi o caso dos três pés de Jambolão, preservados na calçada do Edifício Forest Park, em 2018 (veja matéria abaixo).
Agora, o assunto está novamente na pauta do dia. Dessa vez, é a figueira (de nome científico Ficus Benjamina) que fica em frente à Floricultura Indaiara. Segundo relato do morador Márcio Luiz Silveira, os galhos da árvore estão ameaçando a segurança de pedestres devido às constantes quedas no passeio público.
“Na Sexta-feira, dia 15, no início da tarde, caíram três troncos (galhos enormes) e podres da árvore localizada no terreno da Floricultura Indaiara, sendo dois dentro do terreno do meu falecido pai, onde moram minhas duas irmãs, que poderiam ter sido atingidas, e outro na calçada quase atingindo um transeunte. Precisamos resolver esse problema que pode trazer consequências graves para a comunidade de Coqueiros”, diz Márcio.
Moacir mede tronco que caiu na calçada com 75 centímetros de diâmetro.
POLÊMICA ANTIGA
Por várias ocasiões, a permanência da figueira foi discutida ou porque os seus galhos avançam nos fios de luz da rede pública e são levados, muitas vezes, por caminhões que trafegam na avenida ou porque seus galhos ameaçam desabar em pedestres.
Foto Paulo Capocci: arquivo Folha de Coqueiros/fevereiro de 2018.
Entre as discussões, pode-se destacar a reunião no Colégio Municipal Almirante Carvalhal, em fevereiro de 2018, que tratou, além do figueira, de outras árvores espalhadas pelo terreno da escola, por exemplo, que precisavam de poda para manter a segurança dos alunos.
Presentes à reunião, o diretor da Floram, hoje vereador Marquinhos da Silva, e a engenheira agrônoma Carolina Amorim (foto abaixo) se comprometeram, depois de ouvir a comunidade e identificar os problemas no local, de fazer um estudo para solucionar a questão. As alternativas iriam desde poda preventiva até corte com reposição de árvores.
Foto Paulo Capocci: arquivo Folha de Coqueiros/fevereiro de 2018.
“O plantio de árvores em lugares públicos é um dos grandes problemas das cidades. Devia haver maior investimento no setor de planejamento de arborização urbana, pois plantar uma árvore é muito mais do que embelezar um lugar. Envolve todos os aspectos de melhoria de qualidade de vida. É preciso divulgar à comunidade, por exemplo, uma lista de plantas adequadas para evitar espécies que quebram calçadas, entopem bueiros, e treinar funcionários para técnicas de poda correta, monitoramento constante, entre outras ações”, apontou a engenheira à época.
No caso da figueira em frente à floricultura, Carolina disse que a alternativa para não cortar a árvore e não causar desequilíbrio ambiental, era fazer uma poda equilibrada, constante, na parte de cima, para reduzir os galhos, e também promover uma poda de raiz.
Passados cinco anos, pelo jeito, nada foi feito de lá pra cá. “Uma árvore só adoece (como nós) se ela está crescendo em local inadequado, está em situação de estresse ou malcuidada. Existem espécies com ciclo de vida muito variado que pode ser de poucos anos a vários séculos e as espécies do gênero Ficus são conhecidas por sua longevidade, passando facilmente dos 100 anos”, declarou, na ocasião o biólogo Rodrigo Kikus Bungus.
O QUE DIZ A FLORICULTURA INDAIARA
De acordo com o dono da Floricultura Indaiara, empresário Edilson Brognoli, trata-se de uma figueira – de nome científico Ficus Benjamina – que existe há quarenta anos. Foi plantada em um tubo de concreto fornecido pela Prefeitura de Florianópolis na época.
“O objetivo era ornamental. No entanto, a figueira cresceu a ponto de estourar o tubo e suas raízes se estenderam por todo aquele espaço. Ela está em uma área pública da prefeitura e hoje apresenta muitos galhos apodrecidos e caindo constantemente, causando perigo a quem passa por ali”, diz Edilson, ao completar:
“O fato de ela estar dessa maneira, não é por falta de cuidados, mas por razões de envelhecimento e talvez a fertilidade fraca do solo. Acredito que a maior providência – no momento – seria a poda geral por técnicos da Floram. O ideal seria removê-la, mas como traria muitas controvérsias, acho que uma boa poda pode ajudar”, defende.
Confira abaixo um pouco da história das árvores em Coqueiros. Mais material para pesquisa sobre o assunto se encontrar na Hemeroteca Catarinense no endereço