O resultado das eleições para diretores de escolas da rede estadual de ensino está previsto para a próxima segunda-feira, dia 11. Neste ano, a votação adotou um outro formato, exigindo um quórum mínimo de 50% mais um de cada segmento eleitoral: pais de alunos, professores e estudantes. As escolas que não alcançarem este percentual terão seus diretores designados pela Coordenadoria Regional de Educação.
A Folha de Coqueiros conversou com o diretor da Escola Estadual Rosinha Campos, do bairro Abraão, José Vanderlinde, para saber como foi a votação no colégio. “Embora não atingimos o quórum determinado, o resultado de 89,36% foi satisfatório e sinaliza um bom retorno da comunidade ao nosso trabalho”, aponta o diretor.
Segundo ele, faltou um número mais expressivo de pais, uma vez que, ao invés de 178, votaram 98, deixando de comparecer 80 pais. “A presença reduzida de pais não foi apenas conferida aqui na nossa escola, uma parte significativa das escolas estaduais teve dificuldade para atingir o quórum exigido”, informa.
Um dos fatores, de acordo com o diretor, é que muitos alunos moram ou com a avó ou com os tios que não são os responsáveis legais, um dos itens exigidos no processo eleitoral. “Aqui na nossa escola, por exemplo, também têm muitos alunos de passagem, uma das características de comunidades próximas como é o caso da Vila Aparecida. Por esses e outros fatores, sabe-se que a escola está menos inserida na família e não faz parte da ordem do dia”, lamenta o diretor.
GESTÃO
Há seis anos no Rosinha Campos, José Vanderlinde, que é professor de filosofia e sociologia, diz que não perdeu a esperança de continuar na direção da escola, especialmente por conta da sua boa aprovação no pleito. Ele atribui o respaldo da comunidade aos investimentos feitos na escola como melhorias físicas e de urbanização, o que tornou o colégio mais acolhedor, revertendo em alto-estima à comunidade escolar.
Outro ponto positivo citado pelo diretor é a história e o envolvimento do Rosinha Campos com os moradores da região. “Pais e avós dos alunos já estudaram aqui. Sendo assim, há um sentimento de pertencimento por parte das famílias”, completa.
Embora com esperança, José Vanderlinde diz que o momento também é de cautela e de respeito aos prazos estabelecidos pelo edital. Ao mesmo tempo, confessa que o momento é de insegurança. “São dias de incertezas já que não sabemos o que vai acontecer no futuro. A expectativa, porém, é de continuidade ao nosso trabalho conforme anseio da comunidade”, acredita.
Diretor diz que o bom resultado da eleição mostra o respaldo da comunidade ao trabalho da gestão.
NA TORCIDA
Um bom exemplo é da Kamila Rodrigues Machado, que tem dois filhos na escola: a Ana Beatriz, de 7 anos, que está na 1ª série, e o Davi, de 11 anos, que cursa a quinta-série. Moradora da Vila Aparecida, Kamila, hoje com 32 anos, já foi aluna da escola e tem um carinho todo especial pela instituição de ensino. Ela destacou a importância de eleger um diretor conhecido e que já criou vínculo com a comunidade.
“Votei sim porque defendo a permanência do seu Zé, como é chamado na escola. Não tenho nada a reclamar do trabalho dele, pelo contrário. Ele se preocupa com as crianças, conhece a rotina dos alunos e da família. Basta ver quando a gente liga pra escola e ele, ao atender o telefone, já sabe quem está falando. Estou na torcida para o diretor ficar”, afirma.
Kamila já estudou na escola e hoje seus filhos Ana Beatriz e Davi também estão no Rosinha Campos.
A ESCOLA
Com 444 alunos, a Escola de Educação Básica Rosinha Campos atende alunos do 1º ao 9º ano do ensino fundamental nos períodos matutino e vespertino. No momento, está com obras de reforma no telhado e já ganhou uma quadra nova de esporte.
NOVAS REGRAS
As eleições para diretores das escolas estaduais – para o mandato de 2024 a 2027- aconteceram no domingo e segunda-feira, dias 3 e 4 de dezembro. Marca também uma mudança significativa na política educacional do Estado, já que exige pela primeira vez uma participação mínima de 50% mais um em cada segmento eleitoral. O novo critério, de acordo com o secretário de Educação, Aristides Cimadon, garante uma escolha democrática que tenha a adesão da comunidade.
Estavam aptos a votar: alunos matriculados na unidade escolar a partir do 6º ano do ensino fundamental, do ensino médio e educação profissional; profissionais de educação em efetivo exercício na unidade escolar que compõem o quadro do magistério; e responsável legal por família dos alunos matriculados na unidade escolar.