Impressos jogados nas vias configuram crime eleitoral e prejudicam o sistema de drenagem da cidade.
Apesar do descarte inadequado de baixas quantidades de santinhos neste domingo, principalmente no Continente, estas eleições foram as mais limpas nas ruas da Capital.
Espalhar material impresso de propaganda nos locais de votação ou em vias próximas é crime eleitoral desde 1997, mas só a partir de 2012, começou a diminuir a quantidade de lixo recolhida nas ruas da Capital no domingo de eleições.
“Infelizmente, alguns candidatos espalharam santinhos, mas dessa vez em baixa quantidade”, aponta subsecretário de Limpeza Pública, Alcebíades Pinheiro, o Bida.
A Comcap operou com equipes aumentadas em 20% em relação aos domingos e manteve limpas as frentes dos maiores colégios eleitorais.
Durante toda a campanha, comenta Bida, apareceu pouco material eleitoral no serviço de varrição de ruas. O santinho digital diminuiu muito a geração de lixo durante as eleições.
“Esse ano, a quantidade de santinhos no chão foi bem menor durante toda a campanha”, confirma a gari de limpeza pública Roberta dos Santos Bernardo.
A expectativa agora, informa a gerente da Coleta Seletiva da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Tamara Gaia, é que os restos de campanha sejam devidamente dispostos para a coleta seletiva pública de recicláveis secos, seja nos roteiros de porta em porta, seja na rede de Ecopontos.
Fim do derrame de santinhos
Depois do derramamento recorde de santinhos registrado em Florianópolis no primeiro turno de 2012, a quantidade de resíduos recolhida nos dias de votação para prefeito e vereadores vem diminuindo. Em 2016, foram 2,5 toneladas e em 2020, na eleição da pandemia, houve redução para 1,8 tonelada de lixo eleitoral.
Este ano, informa o secretário de Limpeza e Manutenção Urbana, Ivan Luiz Ceola Schneider, a expectativa era que não houvesse resíduos pelas ruas na véspera nem após a votação.
“Candidatos e população em geral precisam entender que espalhar material eleitoral afeta mais que apenas a limpeza da cidade. Parte desse material acaba parando nas redes de drenagem. O ato de jogar um santinho fora pode contribuir diretamente para a obstrução do sistema de drenagem e a poluição das praias”, aponta Schneider.
Destino do material eleitoral
Depende qual caminho o usuário escolhe: se colocar no lixo comum vai para o aterro sanitário. Ali, leva de três a seis meses para se decompor e, o pior, com gasto para o município coletar no domicílio e transportar até o aterro.
Mas, se o usuário escolher a coleta seletiva que há em toda Florianópolis, o material será doado para as cooperativas conveniadas. Aí o papel volta para o ciclo econômico, gerando renda para triadores e evitando custos com transporte e aterro sanitário.
Somente o que é descartado de forma separada vai para a reciclagem.
Ao receber o santinho, o cidadão torna-se responsável por aquele papel. Então, se for descartar, deve dispor para a coleta seletiva municipal.
Crime eleitoral
O derrame de santinhos configura crime eleitoral, pela Lei 9.504/1997, com punição de detenção de seis meses a um ano, com alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa de cinco mil a 15 mil unidades fiscais de referência (UFIRs).
Resíduos no dia das eleições municipais
2012 – 11 toneladas
2016 – 2,5 toneladas
2020 – 1,8 tonelada.
Texto e fotos: Secom/PMF