Ele tem por hábito caminhar pela orla catando lixo deixado na areia. Já coletou tampinha de garrafa pet, canudinho, ponta de cigarro, isqueiro, e tantos outros materiais recicláveis. Mas neste fim de semana um fato inédito aconteceu com o morador de Coqueiros Sérgio Mendonça: encontrou alguns frascos de medicamentos e seringas à beira-mar.
“Foi uma surpresa quando presenciei esse lixo descartado de forma incorreta. Acredito que deve ter vindo com a maré alta e se instalou na areia de três praias da região: da Saudade, do Meio e de Itaguaçu”, aponta o aposentado Sérgio Mendonça, ao mostrar o resultado de apenas 4 horas de coleta no final de semana.
“Os campeões da sujeira são as tampas de garrafas pet e canudos de plástico, especialmente os pequenos usados em caixinhas de suco de frutas e de achocolatado”, destaca.
Mas o que mais chamou a atenção do aposentado, além do frascos de medicamentos, são os pequenos pedaços de plástico que estão aparecendo com frequência nos últimos anos. E o pior: vassouras comuns e rastril não conseguem recolher da areia.
“É um processo de degradação. As tampas vão se quebrando aos poucos com o movimento das marés e tempo de permanência na orla. Acabam se tornando resíduos minúsculos cujo destino é o mar e risco para os animais marinhos”, lamenta Sérgio Mendonça.
Nas suas andanças pela orla, Sérgio viu com tristeza que os cidadãos usuários da praia se mostram indiferentes e tolerantes com essa situação. “Não fazem o descarte correto ao pensar que é apenas mais um, já que a praia está cheia”, argumenta.
SOBRE O RESTO DE MEDICAMENTOS
Preocupado com o material encontrado, Sérgio entrou em contato com a Vigilância Sanitária do município de Florianópolis que ficou de analisar os produtos e verificar a procedência, uma vez que os medicamentos estão identificados por lotes e datas. Sérgio também enviou manifestação ao Ministério Público Federal para o órgão tentar rastrear o comprador e punir o possível responsável pelo crime.
Texto e fotos: Sibyla Loureiro/Folha de Coqueiros.