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Barcos e caiaques vão continuar hospedados na Praia do Meio.

Notícia foi dada nesta sexta-feira pelo superintendente da Pesca que divulgou novo local para instalação de deques.

Superintendente da Pesca, Adriano Weickert, mostra onde vai iniciar a instalação dos deques.

Depois de várias reuniões envolvendo a permanência das embarcações na Praia do Meio, o superintendente da Pesca, Adriano Weickert, deu uma boa notícia aos pescadores e caiaqueiros. Em reunião nesta sexta-feira em frente à praia, o superintendente atendeu ao pedido do grupo e disse que os barcos vão continuar no local. Para tanto, o deque previsto pelo Projeto de Revitalização da Orla de Coqueiros será instalado após a área ocupada pelas embarcações.

“Desde o mês de março estamos construindo uma solução viável para não prejudicar os pescadores, sempre através do diálogo. Sendo assim, o secretário de Infraestrutura Valter Gallina, responsável pela obra de revitalização, autorizou a construção do deque apenas a partir da escada de acesso à praia. Com isso, o paisagismo será mantido”, diz Adriano.

A decisão, segundo Adriano, além de não interferir no ambiente natural, foi da análise do comportamento das marés. “Estivemos aqui na praia para verificar se era possível transferir as embarcações depois da instalação do deque, já que foi descartada a possiblidade de elas ficarem abrigadas embaixo do piso de madeira. A proposta foi afastada por conta da maré alta que acabaria atingindo as embarcações”, explica Adriano.

“O mais importante é não podar as árvores e preservar a tradição do lugar “, diz o pescador Antônio Francisco da Silva, que mora há 70 anos em Coqueiros. “Muito feliz e gratificada com todo o encaminhamento”, completa Clarisse Herzog, que faz parte do grupo de usuários de caiaque.

Pescadores, caiaqueiros, entidades comunitárias e moradores celebram o bom resultado das negociações.

MOBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE
Para a presidente do Conselho de Segurança da Região de Coqueiros, Elaine Otto, o resultado é fruto da mobilização das entidades comunitárias e dos moradores locais que se reuniram para manter a identidade da Praia que já faz parte do cotidiano do bairro.

“Aqui os pescadores consertam as suas redes, aqui podemos desfrutar da sombra das árvores, conversar com vizinhos e, principalmente, contemplar a natureza”, aplaude Elaine, que se mostrou contrária, desde o início das negociações, da instalação de deques na praia pois iriam descaracterizar o ambiente.

ENTENDA O CASO
A polêmica começou no mês de março desse ano quando uma empresa colocou na beira da praia canoas havaianas e um baú para guardar equipamentos como colete salva-vidas e remos. Logo a ocupação do espaço público chamou a atenção de moradores, entre eles o servidor Ari Estevão Cattani, que mobilizou a comunidade através de um abaixo-assinado e de uma petição enviada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano denunciando a ocupação irregular de uso comum. 

“Como trata-se de uma atividade comercial que cobra pelas aulas de canoagem, a empresa tem que apresentar alvará e ter participado de uma licitação a exemplo de qualquer empresa privada”, disse Ari.

Em consequência, a Superintendência da Pesca esteve no local e solicitou a atualização de documentos dos usuários para promover um ordenamento na praia. Na ocasião, um grupo de 10 donos de caiaques pediram a permanência das embarcações alegando ser um esporte que melhorou qualidade de vida, especialmente de idosos, na pandemia. Embora sem aparato jurídico para o grupo continuar a hospedar os caiaques na praia, Adriano Weickert  permitiu a hospedagem, naquele momento.

Foi dado um prazo, então, a todos ocupantes do espaço público – pescadores e caiaqueiros – se identificarem junto à Superintendência e, também, organizarem as embarcações na orla. Ou seja, construir cavaletes novos e manter o local limpo.

Depois de ordenado, veio o Projeto de Revitalização e a situação se inverteu. O engenheiro da prefeitura responsável pela obra, Ricardo Junkes, em reunião com pescadores na praia, pediu a retirada dos barcos, dentro de um prazo estabelecido, para o início da instalação dos deques. E, segundo o engenheiro, os barcos teriam que ser transferidos para outro local da praia. A proposta era mudar para as proximidades do Bar do Bolhas, no final da Praia do Meio.

A partir daí, os frequentadores do local se uniram e promoveram uma mobilização no sábado, dia 25 de junho, com abaixo-assinado:

“Os moradores de Coqueiros abaixo – assinados solicitam que o canto direito da Praia do Meio continue bucólico, com os barcos e caiaques favorecendo a pesca e atividades físicas, que árvores continuem embelezando e proporcionando a preciosa sombra, que a calçada seja restaurada e o alargamento previsto pelo Projeto de Revitalização da Orla da Praia do Meio, proposto pela Prefeitura de Florianópolis, comece apenas a partir do Ponto de ônibus”.

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